Padre Jorge Aquino.
Um dos momentos mais significativos para todos os anglicanos do mundo, é a Conferência de Lambeth, que acontece a cada 10 anos e que, desde 2018 deveria ter ocorrido, mas por várias circunstâncias, incluindo a pandemia, acabou sendo impedida de acontecer. A próxima Conferência ocorrerá entre 26 de julho e 8 de agosto em Kent, perto de Cantuária.
Desta feita, cerca de 1000 bispos estão convidados, mas 650 vão participar, 480 deles, levando seus cônjuges. Welby convidou seis bispos/as gays e lésbicas dos Estados Unidos, Canadá e País de Gales, mas evitou convidar bispos casados com cônjuges do mesmo sexo. Em que pese tudo isso, as grandes questões envolvendo o tema da sexualidade humana fizeram com que oarcebispo queniano e o arcebispo da Nova Zelândia (maori) não compareçam, e com eles 300 bispos de Uganda, Ruanda e Nigéria, também recusaram o convite. Esta decisão fez com que quatro arcebispos africanos tomassem a decisão de não comparecer à conferência. Isto significa que, vendo as quatro províncias em conjunto, os representantes de cerca de 35 milhões de anglicanos, ou seja, quase metade de todos os anglicanos do mundo, não estarão presentes.
Quando foi questionado sobre se a Resolução Lambeth 1:10 (1998) e outras questões de sexualidade estariam na mesa, Welby disse que as questões-chave e importantes sobre identidade humana, sexualidade humana e a natureza de ser povo de Deus serão abordadas pelos bispos. Ele descreveu esses como os temas "desafiadores e extremamente emocionantes".
Inquestionavelmente, essa Conferência vai demonstrar a real condição da saúde da Comunhão Anglicana. Fragmentada em razão desse tema, a Comunhão Anglicana também precisa ver como e se vai se relacionar com os Anglicanos Continuantes, com as igrejas ligadas à ACNA, com as Províncias anglicanas que participam da Comunhão mas também fazem parte do GAFCON e também às denominações anglicanas mais associadas ao movimento progressista. Muito embora o contexto que vislumbramos aponte para um endurecimento de cada uma das partes, somente quando terminar, é que poderemos dizer, com mais certeza, para onde vai a saúde da Comunhão Anglicana.
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