A BÊNÇÃO DO ECUMENISMO

Reverendo Padre Jorge Aquino.

Quando olhamos para o mundo e vemos tantas igrejas diferentes podemos, às vezes, nos escandalizar. Mas, por outro lado, quando é possível encontrar igrejas que se respeitem e aceitem suas diferenças, o que temos é uma bênção. Há uma expressiva foto na internet (logo abaixo) na qual vemos o Arcebispo de Cantuária (Anglicano) abençoando o Papa (Romano). Diante dessa foto e dessa realidade posso fazer três afirmações:

1. O ecumenismo é uma bênção Quando sabemos aceitar as diferenças entre si. Cada denominação possui suas peculiaridades. Algumas são mais ritualistas e tradicionais, outras mais abertas e liberais. Algumas ordenam mulheres, outras não. Algumas possuem instrumentos mais democráticos na tomada de suas decisões outras são mais monárquicas. O que interessa é que se aceitem em suas diferenças, se respeitem como são e estejam abertas para aprenderem umas com as outras.

2. O ecumenismo é uma bênção quando somos capazes de aprender com o outro. Conforme já falamos anteriormente, estas diferenças são extremamente importantes porque elas, em segundo lugar, abrem nossa mente para aprendermos que nossa forma de ser cristão não é a única forma que existe. Na realidade, seria muita arrogância pensar que todos, em todos os lugares teriam que ser como eu sou, para que possam se dizer cristãos. Em decorrência, acabamos crescendo e amadurecendo com as diferenças.

3. O ecumenismo é uma bênção quando testemunhamos de forma comum. A última bênção do ecumenismo é que ele nos permite testemunhar conjuntamente de Cristo, como verdadeiros irmãos. As diferenças, quando são colocadas acima das semelhanças, se tornam um verdadeiro “escândalo” e um empecilho para que se creia. Por isso quem tem um espírito ecumênico não apenas “convive” e “aprende”, mas também “testemunha” junto que há um só rebanho e um só Pastor. Quando estamos juntos estamos obedecendo às ordens de Jesus “para que o mundo creia”. Eis a grande razão de ser do ecumenismo: levar as pessoas a acreditarem que em Cristo, somos todos membros de um corpo que cuida ,respeita e ama uns aos outros.

Para encerrar, devemos lembrar que, lutar contra o ecumenismo é o mesmo que desobedecer conscientemente o desejo de Cristo expresso em sua última oração pelos discípulos. Assim, quando colocamos as estruturas humanas acima da vontade de Jesus, cometemos o pecado da idolatria, conforme ensinava Barth. Que sejamos obedientes à Jesus e saibamos amar ao outro, mesmo que seu cristianismo seja diferente do nosso.