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A BÊNÇÃO

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Padre Jorge Aquino.

Quando eu era garoto era impensável que uma criança chegasse ou saísse de casa sem se dirigir a seus pais e dizer: “a bênção papai” ou “a bênção mamãe”. Este hábito tão significativo no passado e já não tão presente nas famílias de hoje, revela um pedido para que os pais expressassem oralmente um bom desejo por meio de uma palavra especial: “Deus te abençoe”.

Segundo pontua Nelson Kirst, ao observarmos o Antigo Testamento percebemos que “os conceitos de abençoar e de bênção são relevantes na relação entre Javé e seu povo. Típicas são as bênçãos dos patriarcas aos seus filhos (Gn 27:1-29; 48:15,16 e 49). No culto do Templo e nas sinagogas a bênção adquire, com o tempo, formas rituais elaboradas, passando a ser ministrada apenas por pessoas especialmente autorizadas” (KIRST, in FILHO, 2008, p. 100). Assim, verificamos que o bênção surge na esfera familiar e, de lá, migra para a esfera cúltica.

Quando nos voltamos para origem do termo no texto do Novo Testamento, descobrimos que a palavra “bênção”, no grego, é eulogia, uma palavra composta por um prefixo “eu” que quer dizer “bom” ou “boa” e a raiz “logia” que quer dizer “palavra”. “Eulogia”, portanto, é uma “boa palavra” emitida pelos pais, conhecidos ou por uma autoridade religiosa sobre alguém ou sobre uma comunidade, para que esta expressão material tenha reflexo na realidade espiritual. Ela é, semanticamente, exatamente o contrário daquelas palavras mal ditas que as vezes proferimos e com as quais, muitas vezes nos acostumamos em nosso convívio diário. Em resumo, as vezes estamos muito mais pronunciando maldições do que bênçãos sobre as pessoas com quem nos relacionamos.

Normalmente, quando ao final da cerimônia do casamento eu peço aos noivos que se ajoelhem – em sinal de humildade -, e que todos os presentes estendam as mãos em direção aos noivos para que eles recebam de todos – Deus, pais, parentes e amigos - a bênção sobre suas vidas e sobre seu futuro em comum.

Esta bênção, portanto, reflete o desejo de todos os presentes para que Deus esteja junto ao casal em todas as circunstâncias da vida – saúde ou doença, riqueza ou pobreza, alegria ou tristeza -, por toda a existência, até o momento em que um dos dois se encontre com nosso Pai celestial.

Por isso, quando você for abrir sua boca, abra-a para abençoar e nunca para amaldiçoar, para pronunciar palavras bem-ditas e não palavras mal-ditas, para desejar tudo de bom e nenhum mal.


Referência Bibliográfica:

FILHO, Fernando Bortolleto. Dicionário brasileiro de teologia. São Paulo: ASTE, 2008


 
 
 

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