A ALEGRIA PERPÉTUA DO NATAL
- Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
- 19 de dez. de 2021
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Reverendo Jorge Aquino.
Uma das expressões mais felizes sobre o Natal nos foi legado por Brennan Manning, quando afirmou: “O Natal é a promessa de que o Deus que surgiu na História e chega diariamente em mistério um dia virá em glória”.
Muita gente estranha o fato de que, sempre que se aproxima o Natal, principalmente nas leituras feitas durante o tempo do Advento, as leituras bíblicas parecem ser mais associadas à escatologia, ou seja, ao que ocorrerá quando vier o fim desse estado de coisas e quando o Reino de Deus se estabelecer definitivamente entre nós.
O que parece fugir à reflexão das pessoas menos atenta, é que a realidade da chegada de Jesus não foi um fato que se ateve e que se esgotou no passado. Na verdade, com a primeira vinda de Jesus, como criança inocente e frágil, estávamos apenas diante de um aspecto desse Reino que “já” está presente entre nós mas que “ainda não” se manifestou plenamente.
Dessa forma, sim, podemos afirmar que o primeiro Natal foi uma ação da Trindade na qual o Pai envia seu Filho para encarnar-se e assumir a forma humana com a finalidade de identificar-se conosco e assumir nosso lugar no plano salvífico. Assim, Jesus se identifica com o “Servo Sofredor” – personagem de Isaías – que tomou sobre si as nossas enfermidades e sofreu nossas dores.
Mas esse Filho, depois de morto, ressuscita no terceiro dia e sobe aos céus, para assentar-se à direita do Pai para reinar sobre tudo e todas e dirigir nossa história. Agora, Ele se nos chega diariamente em mistério, por meio do Espírito Santo – que por Ele foi enviado – e que habita em nós. Assim, a realidade do Natal é uma constante realidade na qual as palavras dos anjos aos pastores que dizia: “Não temais, pois eis aqui vos trago novas de grande alegria que será para todo o povo: pois na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2: 10, 11). Assim, Jesus nasce sempre em nosso “hoje”, trazendo sempre uma mensagem mística de alegria.
Por fim, ele voltará novamente. Agora não mais incólume e frágil, mas glorioso e cheio de poder para colocar a todos diante de si e estabelecer o “juízo final”. Agora, para usar as metáforas encontradas no livro do Apocalipse, o Cordeiro de Deus se transforma no Leão de Judá que estabelecerá seu reino com poder e grande glória. Diz as escrituras que, naquele dia todo joelho – no céu, na terra e debaixo da terra – se dobrará, e toda a língua confessará que Ele é o Senhor, para a glória do Deus Pai (Filipenses 2: 10, 11). Neste momento, segundo as Escrituras, Deus “limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21: 4).
Não haverá mais injustiça neste novo céu e nova terra. A morte não reinará mais pois estará vencida. Teremos, enfim, um reino de Justiça e de paz que durará eternamente. A alegria prevalecerá onde antes a tristeza, a aflição e a amargura reinavam.
Que nesse Natal, possamos nos preparar para a chegada desse Jesus que é criança e Senhor, servo e Rei dos reis, mas acima de tudo, nosso irmão e companheiro nas dificuldades humanas que nos toma pelas mãos e nos leva até a presença do Pai, por meio do Espírito Santo.

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